Gosto tanto de ti que chego a detestar-te. Mas detesto mesmo. Juro que a única coisa que me apetece, agora, é sair da tua vida. Aliás, é tirar-te da minha. Mas quando chega o momento, o lado esquerdo chora e a cabeça vacila. As saudades apertam e eu acabo por ficar. Vou ficando à entrada do coração. Posso sair a qualquer momento, quer dizer, posso querer sair, juro que posso.
Mas um dia, um dia juro que ganho coragem e bato com a porta. Um dia escrevo à Nicola e vou ter um pacotinho de açúcar a dizer "Hoje é dia". E nesse dia eu vou-me embora, juro que vou.
(dizem que quem mais jura mais mente,
mas eu apenas me engano a mim própria,
juro que sim)
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