Sempre admirei essa tua capacidade de amar tudo, sem nunca te prenderes a nada. Sempre tiveste essa leveza de suspiro fugidio que não se quer entregar, que recusa desvanecer-se. E vais gostando do mundo todo, de toda a gente e de ninguém, e vais-te apaixonando vezes sem conta, sem nunca te entregares a ninguém. E vais vivendo nesse caos esborratado que a tua vida à luz do dia - bem sei que sempre gostaste de viver debaixo das luzes da noite. E eu vou gostando de ti, como não consigo gostar de mais ninguém, e vou gostando de ti porque gosto da maneira como gostas de mim, sem nunca esperares que te dê nada em troca, sem esperares o que tu não sabes dar.

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